Natal cansa. Emociona, alegra, deprime, e cansa.
Filas enormes pro táxi, pro cinema, pra loja, pro aeroporto, pra praia e pra volta da praia.
Calor e cores em excesso.
O verão propõe uma festa.
Cadê a festa?
É depois do mar, depois do chopp, depois do ano novo, daqui a pouco em algum lugar onde está todo mundo... e não te contaram.
Há uma solidão nas multidões do verão.
Como se fosse a última chance de ser feliz.
O bar tá lotado e a moça, cansada e torrada de sol, espera a paixão que não vai justamente naquele bar naquela noite.
A festa do ano novo é linda! Todo mundo acreditando que vai melhorar, melhora tudo.
Fogos no céu, pra se passar algum marciano ficar sabendo que aqui ainda tem alegria.
Os fogos obrigando todo mundo a olhar pra cima, porque chega de cabeça baixa!
Aí olho de novo para as filas com melhor humor. Se é assim, que seja assim: vamos celebrar!
O ano que entra é música recém composta, mulher grávida e cerveja gelada antes de abrir. É parto ainda sem dor.
O ano que foi já foi, já era. Vamos celebrar!
Oswaldo Montenegro
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