terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Eu, você, nós dois...

Madu

Natal cansa. Emociona, alegra, deprime, e cansa.
Filas enormes pro táxi, pro cinema, pra loja, pro aeroporto, pra praia e pra volta da praia.
Calor e cores em excesso.
O verão propõe uma festa.
Cadê a festa?
É depois do mar, depois do chopp, depois do ano novo, daqui a pouco em algum lugar onde está todo mundo... e não te contaram.
Há uma solidão nas multidões do verão.
Como se fosse a última chance de ser feliz.
O bar tá lotado e a moça, cansada e torrada de sol, espera a paixão que não vai justamente naquele bar naquela noite.
A festa do ano novo é linda! Todo mundo acreditando que vai melhorar, melhora tudo.
Fogos no céu, pra se passar algum marciano ficar sabendo que aqui ainda tem alegria.
Os fogos obrigando todo mundo a olhar pra cima, porque chega de cabeça baixa!
Aí olho de novo para as filas com melhor humor. Se é assim, que seja assim: vamos celebrar!
O ano que entra é música recém composta, mulher grávida e cerveja gelada antes de abrir. É parto ainda sem dor.
O ano que foi já foi, já era. Vamos celebrar!

Oswaldo Montenegro

sábado, 18 de dezembro de 2010

Ela tem uma graça de pantera
No andar bem-comportado de menina.
No molejo em que vem sempre se espera
Que de repente ela lhe salte em cima

A mim me enerva o ardor com que ela vibra

E que a motiva desde de manhã.
-Como é que pode, digo-me com espanto...

Castro Alves